Solte a bóia e comece a nadar.

Desde quando fui morar sozinho, por várias vezes eu achei que fosse responsável o suficiente para me virar sozinho… Até que um dia o dinheiro acabou e fiquei 2 dias inteiros sem ter o que comer. Eu poderia ter pedido ajuda para meu pai ou para minha mae, mas fiquei com receio de ser repreendido. Aquela velha sensação de ter errado e não poder fazer nada para consertar…

O tempo foi passando, os cartões de crédito foram chegando, empréstimos pré-aprovados, cheque especial… Ah… Eu demorei muito p’ra aprender com a vida. Continuei errando, errando, errando… Demorei p’ra perceber que só iria aprender com meus proprios erros se eu assumisse a responsabilidade, assumisse as consequências.

Ah, se eu pudesse voltar atrás… Resolver meus problemas seria tão fácil… Era só dizer  “eu assumo a responsabilidade pelos meus erros”, abrir mão do que eu perdi e começar de novo. Entretanto, voltar no tempo seria um paradoxo! Como que eu iria aprender a ser responsável se eu pudesse voltar atrás e consertar tudo?

Até hoje eu tenho dificuldade em aprender com meus erros. “A culpa não foi minha!”, “Eu tive azar dessa vez!”, “Sou muito burro p’ra conseguir acertar…”, “Se eu pudesse voltar no tempo e fazer as coisas certas…”. “Agora aquela pessoa me odeia. Eu não deveria ter dito aquilo…”. Porque eu não simplesmente aceito o mundo como ele é e dou a volta por cima? A resposta é que é difícil aceitar que você perdeu algo ou que você não se esforçou o suficiente para ganhar algo.

A propósito, como é difícil se livrar de algo (ou alguém) que lhe prejudica. É como se tudo isso fosse uma necessidade, que em contrapartida só lhe deixasse mais fraco. Mesmo assim você não larga, deixa aquilo consumir suas forças. Você só consegue se levantar depois que aquilo, por sí só, é tirado de você (ou lhe abandona).

Como as coisas são fáceis… É só soltar a bóia e começar a nadar.

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  1. Resumindo: “Reconhece a queda, e não desanima. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”

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